Licença maternidade, idade escolar ou volta ao trabalho; as dificuldade do desvínculo materno.
Com a experiência em atendimentos clínicos, observei o grande desafio, dificuldade e sofrimento frente ao retorno das mamães ao trabalho ou até mesmo quando a criança entra na idade escolar. Helena Narita, psicóloga clínica.
Algumas crianças apresentam comportamentos diferentes do comum (birras, hiperatividade, dificuldade em interagir, etc.) ao qual causa angústia à nós mamães, e em toda a família.
Mas vamos ver o desvinculo como uma das formas da criança entrar em contato com sentimentos antes não experimentados, e a separação pode causar ansiedade tanto no pequeno quanto na mãe.
É um fato indiscutível de que a criança carrega consigo traços do pai e da mãe, que são modelos para o seu desenvolvimento.
Um eterno ¨espelho¨ que nunca será apagado. Por isto é necessário termos o cuidado com as nossas dificuldades e anseios, para que estas não influenciem no desenvolvimento dos nossos filhos.
Não significa que estes que nos causam angústias e frustrações, necessariamente causarão aos nossos pequenos.
Por isto existe a grande necessidade de rompermos o vínculo (cordão umbilical) e auxiliarmos da melhor forma possível, a busca do equilíbrio entre a dependência e a autonomia da criança.
Equilíbrio este, difícil de se encontrar e de se manter, onde pode se tornar necessário a ajuda de um psicólogo, para irmos em busca de um vínculo saudável.
Se a decisão for retornar às atividades profissionais, inicia-se uma nova etapa na maternidade: praticar atividades que não incluem o filho, e isso, a princípio pode causar uma certa ansiedade nas mamães.
É normal, em toda nova fase, que haja uma adaptação, mas se faz necessário ficarmos atentos para que ela seja a mais tranquila possível.
Uma das coisas mais importantes, e que aperta nosso coração, com certeza é esta: onde deixar nossos pequenos?
Não deixe para procurar em cima da hora. Faça isso ainda grávida, busque referências de escolas, converse com seus familiares, se prepare também para essa volta, quanto antes você resolver tudo, mais tempo tranquila ficará.
Uma dica sobre as escolas: procure sempre por aquelas com alvará de funcionamento, e claro, uma boa indicação de outra mãe pode ajudar e muito.
Essa é a palavra de ordem! Planeje o retorno ao meio profissional, planeje a amamentação, é assegurado por lei que, até os 6 meses após o parto, as empresas disponibilizem horários para a amamentação durante o trabalho.
Se for possível esteja próxima ao seu filho durante o expediente, é necessário planejar os horários e também os locais.
Estoque leite o quanto possível, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o aleitamento materno seja exclusivo até os 6 meses de idade, e em geral, o mais indicado para o bom desenvolvimento nutricional e orgânico do bebê.
Voltar ao trabalho antes da criança completar 6 meses é uma das principais causas para encerrar a amamentação exclusiva.
Como a mãe está um pouco distante, sem a possibilidade de atender o bebê, outros grupos alimentares começam a ser inseridos nas refeições do mesmo.
Porém, há a possibilidade de manter o leite materno exclusivo até o bebê completar o primeiro semestre de vida através do estoque de leite. Estoque leite.
A tecnologia nos favorece e muito neste ponto, pois podemos ver nossos pequenos pelas telas dos nossos Smartfones sempre que quisermos, e isso pode nos ajudar nessa fase de transição.
Principalmente nas primeiras semanas, se preocupar com o bem-estar do pequeno é bastante comum, mas é necessário não abusar.
Aproveite este período para estar com seu filho, façam atividades que o envolvam, não fiquem somente em casa.
Procure grupos de mães da sua cidade.
Essa interação promove a relação entre mães e filhos, mas também reúne mulheres que dividem o mesmo período e, muitas vezes, as mesmas dúvidas, alegrias e sofrimentos.
Ainda que retornar à vida profissional seja um desejo e, na maioria das vezes, uma necessidade financeira também, algumas mulheres podem adiar os planos da carreira para se dedicarem aos filhos.
A decisão deve pertencer inteiramente à mãe, pensando também no seu bem-estar. No entanto, nem sempre é apenas pelos cuidados ao bebê que a mãe decide adiar a vida profissional, mas pela insegurança e receio após tantas mudanças em sua vida.
Portanto, nem sempre a decisão de se dedicar exclusivamente a maternidade vem de uma escolha racional e em prol da criança.
A depressão pós-parto, a insegurança e a ansiedade nesse período são acentuadas e, portanto, podem afastar a mulher de suas atividades sociais e pessoais.
Se for o caso, é necessário recorrer ao auxílio psicológico e terapêutico, iniciando um tratamento.
Para as mães que decidem estar exclusivamente com filhos, este período deve ser planejado com cautela.
As atividades familiares e domésticas podem se tornar um tanto quanto cansativas e, como não há um limite de horários, fica fácil exagerar no trabalho e esquecer do cuidado consigo mesa.
A mãe precisa, então, contar com a ajuda e compreensão da família, tanto no apoio à sua decisão, quanto na divisão das tarefas domésticas.
Muitas mulheres, após darem à luz, decidem passar mais tempo dedicadas aos seus filhos, mas nem por isso abriram mão de suas atividades profissionais. A solução encontrada para não ficarem reféns de horários rígidos das empresas foi investir num negócio próprio.
Pode ser uma pequena fonte de renda que suplementa as finanças, como revender produtos nos horários vagos, ou investir numa microempresa e negócio mais elaborado, através da produção própria ou empreendedorismo.
Assim, as opções para aliar trabalho e maternidade são imensas.
Há nos próprios coletivos iniciativas que unem e conectam mães que desejam investir em economia alternativa e colaborativa aliada à maternidade.
Por exemplo, a produção de acessórios infantis, minicursos destinados às mães, venda de alimentos naturais indicados para crianças pequenas ou mães que cuidam de outras crianças.
Estudos apontam que famílias que desfrutam de maiores períodos junto à criança oportunizam um desenvolvimento mais saudável em todas as esferas – mental, física, emocional e educacional.
Mesmo que a amamentação seja um período de extrema intimidade entre a mãe e o bebê, um estudo publicado na Revista Canadense de Pediatria aponta que mulheres que recebem suporte emocional e afetivo dos companheiros tendem a manter a amamentação por mais tempo.
Ou seja, a saúde da criança também é beneficiada com a presença paterna.”
Foto Kadrizi Clepaldi
Veja também: Modelos de empreendedorismo materno.
Fonte: Minuto saudável