O desenvolvimento do bebê acontece naturalmente, lembre-se disso todos os dias. Eles executam ações organicamente, aposte no desenvolvimento cognitivo para um desfralde de sucesso. Adiar ou antecipar algumas ações e processos que ajudam os pequeninos a evoluir podem causar traumas. – Juliana Franco (mãe da Joana)

A vida real basta – Fotografia Documental
© Cristiane Leme www.crisleme.com
Arquivo Campinas Com Crianças / mãe da Joana – DESFRALDE

Desenvolvimento cognitivo

O desenvolvimento cognitivo é o processo do surgimento da capacidade de pensar e compreender. Vale ressaltar ainda nesse parágrafo que o desenvolvimento do hipocampo, que é uma estrutura do cérebro, auxilia no controle da memória e está totalmente maduro quando a criança atinge 1 ano e 6 meses. (babycenter.com)

Essas informações cientificas ganharam relevância depois da frustração e dezenas de tentativas na busca de um desfralde desde os 9 meses da Joana. O contexto em que estou inserida, é o de maternidade em tempo integral sem interferência direta de terceiros, seja escola ou cuidadores, ou seja a responsabilidade do desfralde da “bebéia” era única e exclusivamente minha.

“A família ajudando no desfralde”

Familiares dividiam suas próprias experiências sobre um processo rápido. Eu por exemplo, mãe da Joana, desfraldei com os tais 9 meses, aos 4 meses de idade a 30 anos atrás eu estava no berçário. Ao invés de avaliar o contexto eu avancei na internet e busquei ferramentas que me auxiliassem no desfralde da pequena, sem pesquisar sobre a real importância desse processo para o bebê moderno.

Optei por um redutor de assento que acompanhava um banquinho, imaginei que com pouco mais de 18 meses ela estaria subindo sozinha e executando a tarefa. Outra certeza era que não queria repetir o processo duas vezes, ou seja, ensinar no penico e depois apresentar o vaso sanitário. A cada duas horas eu levava a baixinha ao banheiro e quando saia de casa optava pela fralda. Continuei esse processo até ela completar 1 ano sem sucesso, e isso começou a me irritar e irritá-la.

Três meses se passaram e continuei sendo pontuada sobre o desfralde, que o valor gasto com fraldas poderia ser revertido em lazer para a família, uma tortura, já que eu tinha certeza de que uma nova tentativa não daria certo, coisas de mãe!  …mesmo assim investi em um livrinho.

O livro mágico que ajuda no processo de desfralde

Comprei a preço módico um livro de desfralde, com um guia de dicas para os pais e uma história lúdica sobre uma menina grandinha que não usava fraldas, mas sim calcinha, um painel com adesivos foi aplicado na porta do banheiro para incentivar o bebê!

A pequena já se comunicava, andava e estava arriscando degraus, ignorei a intuição materna que dizia não ser o momento, e apostei nessa nova fase afinal a minha bebê era muito inteligente.

Eu só não contava que ela temeria a ação, negaria com choro e que travaria inúmeras batalhas na hora de ir ao banheiro, com certeza um reflexo da primeira tentativa exaustiva e estressante, isso por causa das repetições constantes e da tensão materna.

Nesse momento o “coco do mal” já me incomodava, e o desfralde passou a ser desejado também por mim, meses se passaram, os choros pararam e a diversão de ir ao banheiro só para colar adesivos no painel nos tomou.

O xixi ela fazia na calcinha de desfralde, que naquele momento parecia inútil, e o famigerado número dois as vezes acontecia no vaso sanitário mas a ação ainda dependia de pontuação, eu precisava lembra-la ao longo do dia sobre ir ao banheiro, foi quando novamente frustrada encontrei a informação sobre o hipocampo. Não encontrei nenhum material que relacione os dois, mas li que com 7 meses um bebê consegue se lembrar de um palhacinho que salta de uma caixa por exemplo, por que eu acreditaria que com pouco mais idade ela usaria o seu hipocampo para lembrar do banheiro?

Voltamos as fraldas!

Joana com 30 meses usava fralda. O desfralde só aconteceu quando ela desmamou.
Arquivo Campinas Com Crianças / Mãe da Joana DESFRALDE
Foto: Cristiane Leme Fotografia

Com dois anos e poucos meses, ela dizia ser uma menina grandinha e as vezes negava o uso da fralda, contendo a emoção para não gerar expectativa em mim e refletir nela uma tensão acatava o pedido. Assim que o desmame naturalmente difícil aos dois anos e cinco meses aconteceu, percebi que ela entedia muitas outras coisas. Diálogos sobre o quanto ir ao banheiro poderia ser legal, e que as fraldas eram para os bebes pequeninos aconteceram, finalmente deu certo e joguei fora o painel horroroso de borboleta com adesivos que ficava na porta do banheiro.

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