6 DIAS 6 FEIRAS LIVRES “Start” para História

Um povo só preserva aquilo que ama! Um povo só ama aquilo que conhece!

Mario Chagas.

O meu desejo sincero com esse texto, é que você leitor, contribua com informações históricas nos comentários. Histórias ouvidas ao longo da vida, contadas por uma avó carinhosa ou um feirante que viu Campinas crescer e faz parte dessa história assim como eu e você.

Houve um tempo em que as pessoas ou fiéis aproveitavam as festas religiosas para se reunirem e para trocarem mercadorias, isso explica a origem da palavra feira que vem do latin feria, que significa dia santo ou feriado. A promoção de trocas de mercadorias entre as pessoas de diferentes lugares e com diferentes itens era o objetivo, com o surgimento do capitalismo, esse modo de comercio ganhou força e importância econômica.

A Feira Livre é uma manifestação da cultura urbana brasileira, seja na periferia ou nos bairros nobres das cidades a feira livre se mantem viva e promove as boas compras de legumes, verduras, embutidos, doces, flores, peixes, carnes e o consumo do tradicional pastel, vezes com caldo de cana, vezes com suco de laranja. Além da promoção cultural a Feira Livre promove a socialização e o encontro de gerações, um bom dia amável de uma senhora que viu você crescer, e hoje vê seu filho nos braços acontecerá. Com certeza um cãozinho vira-lata ira se aproximar para exigir o recheio do pastel de carne, já que seu paladar exigente não aceita mais a pontinha quente sem recheio.

Certamente você se lembrará de algum momento da infância em uma feira livre e alguma iguaria da banca de doces o fará salivar, não se apaixonar pela banca de doces é quase impossível. Me lembro de horas olhando o que escolheria com poucos reais em quanto minha mãe comprava bananas e alface, em um tempo que doce era item de primeira necessidade para a alegria das crianças.

Vou dividir com vocês seis opções de Feiras Livres de Campinas, uma para cada dia da semana exceto segunda-feira. Vou contar também um pouco sobre a história de cada bairro, assim você fará um passeio delicioso por Campinas.

Vem comigo freguês!

1. Terça-feira – Bairro Bonfim – Rua Germânia – Campinas SP

Esse bairro fica localizado da Região Norte de Campinas abrigou o Hipódromo do Bonfim que teve sua última corrida em 1966, hoje no local desse “clube de corridas” situa-se o SESC, a Av. Lix. da Cunha. Isso foi possível por que parte do terreno era de posse da Prefeitura e em 1965 a área foi requisitada, e assim as corridas de cavalo foram transferidas para o hipódromo Boa Vista

2. Quarta-feira – Bosque/Bosque dos Jequitibás – Rua Coronel Quirino –Campinas SP

Se o tema fosse, Top10 das feiras livres de Campinas, com certeza essa estaria no ranking, isso por que além da localização privilegiada ela também é uma feira que comercializa orgânicos, produtos que não levam agrotóxico durante seu desenvolvimento e muitas vezes comercializados pelos próprios produtores.

Antes de falar brevemente sobre o Bosque dos Jequitibás, vou contar a você leitora que o bairro Bosque fica na região central de Campinas, o que garante fácil acesso seja de carro ou utilizando transporte público. No bairro você encontra a Rua Padre Vieira que é uma homenagem a um padre que trabalhou em Campinas entre os séculos XIX e XX, o homenageado não é o mesmo Padre do século XVII que escreveu sermões, são apenas homônimos.

Costumo ir até a Feira de Orgânicos do Bosque para comprar frutas para a Joana e aproveito uma esticadinha no Bosque dos Jequitibás, que além de nos revigorar com sua natureza viva e pulsante, guarda história. O Museu de Arte Natural que fica dentro do bosque foi inaugurado em 1939 e foi tombado pelo CONDEPHAAT em 1970, o que garante sua existência e suas características históricas. O objetivo desse museu é difundir conhecimento sobre a fauna e flora, o museu abriga mais de duas mil peças representantes dos ecossistemas brasileiros

3. Quinta-feira – Jardim Maisa (entre o Jd. Esmeraldina e Jd. Monte Libano) – Rua Miguel Veneroso (antiga R. 2) – Campinas SP

Buscando história sobre o Jardim Maisa, encontrei uma incrível sobre o Jd. Esmeraldina, bairro limítrofe, ambos ficam na região Sul de Campinas. O loteamento Jd. Esmeraldina foi criado pelo primeiro japonês a se tornar proprietário de terras no município de Campinas, Eizo Kasahara foi um dos fundadores da Cooperativa Agricola de Campinas.

4. Sexta-feira – Castelo – Rua Alferes Joao Jose – Campinas SP

Uma visita a Torre do Castelo, é um convite a resistência física e um presente para os olhos que poderão ver Campinas com visão 360 graus. É a maneira mais profunda de compreender a evolução urbana de Campinas, a torre abriga informações historias e comparativos para serem admirados. Fundada em 1936 com intuito de abastecer os bairros da região norte, hoje abriga o Museu Histórico da Sanasa.

Praça Vinte e Três de Outubro – Av. João Erbolato – Castelo

Funcionamento Sábados e Domingos das 16h – 20h

(19) 3735-5158

5. Sábado – Vila Industrial – Rua Francisco de Assis Pupo – Campinas SP

Um carinho especial por essa feira e por esse bairro, nascida e criada na Vila tenho orgulho em compartilhar, que esse é um dos primeiros bairros de Campinas e faz parte da história de Campinas desde o século XIX. A Vila industrial fica na região Sul e abriga a Estação Cultura que recebe muitos eventos culturais e de expressão urbana. Outro atrativo que torna a Vila Industrial referência cultural é o Teatro Castro Mendes, construído em 1974, atualmente é o maior e principal teatro público da cidade de Campinas.

6. Domingo – Vila Boa Vista – Rua dos Ipês Roxo – Campinas SP

A Vila Boa Vista foi fundada em 1969 pelo ministro do interior Costa Cavalcanti e pelo então prefeito Orestes Quércia, é um bairro da região Norte de Campinas. Esse bairro já foi uma fazenda dos tempos Áureos do café paulista. Em 1986 as ruas ganharam nomes de árvores, até então as ruas eram conhecidas por números.

Com certeza esse mergulho breve na história de Campinas através das Feiras Livres como ponto de partida, é um incentivo para olharmos com carinho para o passado da nossa cidade.